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quinta-feira, 18 de março de 2010

A Nova Caverna de Platão

O Homem contemporâneo vive em sua Caverna, representada pelo capitalismo, que engole, massacra, destrói e passa por cima das relações humanas em nome do poder que emana do dinheiro. Dinheiro que depende da produção em massa e a qualquer custo. Esse processo contínuo segue esterilizando a vida do homem comum que exerce uma profissão e se reconhece nela. E todos nós, cada qual com sua parcela de participação, passamos a ser mercadorias de nossos empregos e somos ,na grande maioria das vezes, alienados quanto a nossa atividade, o que ela de fato representa para cada um, para a sociedade e qual a relação desta com o contexto real da vida. Dentro da nossa caverna capitalista, somos prisioneiros daquilo que consumimos (as sombras?). Enquanto os consumidores se vêem nos produtos, os fornecedores vislumbram o enriquecimento diante da circulação de grandes quantidades de mercadorias produzidas graças à tecnologia. E dentro dessa sistematização em massa, ou o homem se adapta , abraça a tecnologia e cumpre suas normas, ou se torna obsoleto e é esmagado pelo sistema. A padronização dos produtos voltados para o consumo em massa atende às pessoas que buscam a sua individualidade, mas não enxergam que também elas se tornaram mercadorias padronizadas dentro da ordem econômica. Enfim, o capitalismo e suas cavernas, hoje com uma nova roupagem (shoppings, Resorts, Centros Comerciais, etc. ) transforma o homem num simples objeto descartável, se deixar de cumprir as exigências econômicas e de fazer a roda do rato girar. O homem se torna efêmero, dentro de um sistema que não pensa duas vezes em destruir culturas, modos de vida em nome de uma economia, esterilizando os vínculos humanos. Mas ao mesmo tempo que massacra, seduz aqueles que acreditam que a tecnologia e o consumismo são apenas conseqüência da evolução. E não estaríamos nós, a viver sobre as disfarçadas sombras de uma caverna chamada capitalismo? Afinal, o que valemos, o que somos senão aquilo que consumimos? Que vínculos afetivos ainda conseguimos manter fora da roda viva das diretrizes econômicas? O quanto de nós ainda existe em nossas profissões? Será que ainda somos capazes de sair da caverna e ver além da ingênua ilusão do progresso imposta pelo capitalismo? Assistimos um mundo em extinção. Extinção dos vínculos afetivos, do homem em relação a natureza, dos laços de amizade. Afinal, o homem contemporâneo tem 3 aparelhos celulares, mais 2 linhas telefônicas e a tecnologia da internet, mas não tem mais tempo para ligar para seus pais e desejar-lhes boa noite, pois não podem deixar de fazer a roda do ratinho girar. Ainda é tempo de livrar-se das corrente, sair da carverna e viver a vida. Vamos?

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