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terça-feira, 12 de outubro de 2010




TROPA DE ELITE 2

Domingo  , 20:00 horas. Dia de pizza, cinema, pipoca.
Fomos ao shopping pra assistir Tropa de Elite 2.
A fila estava tão grande, que pensei em desistir.
Mas somos brasileiros. Enfrentamos a fila para sermos informados que os ingressos para todas as sessões daquela noite estavam esgotados. Compramos para o dia seguinte. Brasileiro é brasileiro, meu chapa...
Dia seguinte, 15:00 horas.Véspera de feriado. Aquilo parecia um formigueiro. Quarenta minutos antes do filme começar, a fila para a entrada  estava imensa.Fiquei feliz por termos comprado os ingressos antecipadamente, senão,  teríamos que adiar novamente, pois todos os ingressos para aquele dia também se esgotaram.
Enquanto aguardávamos na fila, comecei a observar aquelas pessoas.
Eram jovens, adultos, jovens senhores, velhas senhoras, crianças, mas muuuuuitas crianças.
Embora o filme não mostre cenas de sexo, mostra violência, pensei. E achei talvez um pouco inapropriado  para crianças tão novas, mas o que me  intrigava  era  o que movia aquelas pessoas a estarem ali. Tanta gente tão empenhada para ver a continuação de Tropa de Elite.
Me lembrei da época do primeiro filme, e da comoção geral que ele causou:  Todo mundo, sobretudo as crianças, cantando como se fosse um hino : “tropa de elite , osso duro de roer, pega um, pega geral, também vai pegar você!”
Eu observava aqueles rostos desconhecidos,  rostos entusiasmados para ver o filme e embora eu soubesse o quanto o primeiro foi bom, não conseguia entender tanta disposição e interesse ....
Entramos.
Tropa de Elite 2 enfim começou e caiu por terra minha teoria de que filmes em sequência não superam o original.  O filme é  pacabá.
É apresentado, com entusiasmo,  relação pai e filho na sociedade contemporânea, tópicos como confronto entre classes, consumo de drogas que não se estende só às classes baixas,  íntima relação entre policia e marginalidade, entre o morro e o planalto,   sociedade e poder público.
Filme violentíssimo. Como violenta é a nossa realidade.
Claro que  a cena eleita como a melhor, foi a da surra que o Capitão Nascimento dá num deputado. Podia se ver através da expressão das pessoas naquele momento, que todos sentiram-se representados. Todos deram seu murro imaginário e todos sentiram aquela vontade de ser um Capitão Nascimento.
Não vou me derramar em elogios a Wagner Moura. Não vou. Tenho auto-controle e  vou me abster.
O filme termina e a gente sai do cinema de alma lavada, com aquela sensação ilusória de alívio momentâneo. De que as coisas ainda tem solução.
Já dentro do carro,  eu chorei. Assim, como choram as princesas, discretamente, sem ser notada.
Chorei porque concluí a razão de toda aquela comoção, lutar por uma vaga num shopping num feriado prolongado, passar horas na fila para assistir a um filme:
A gente é carente do pão,  da educação, da segurança, a gente é carente da tal da esperança.
A gente é sobretudo, carente de heróis.
Capitão Nascimento é nosso Super Homem, alguém que nos emociona pela honestidade, pela hombridade. Nossas crianças precisam de ossos duros  e caráter reto.
O futuro desse país está nessas crianças e elas estão sedentas de dignidade, elas tem esperança sim, num futuro melhor, com comida, saúde e educação garantidas e acima de tudo,  as nossas crianças estão sedentas e clamam por bons exemplos.
E , se ainda não somos capazes de escolher corretamente nossos governantes, ao menos sejamos capazes de sermos bons pais e de darmos bons exemplos. Pois, embora não percebamos, somos nós, os pais, os  primeiros grandes heróis eleitos por nossos filhos.
 Portanto,  sejamos dignos dessa admiração, mostremos a eles que se o mundo está cheio de vilões, os heróis ainda existem , vivem honestamente, não roubam, não matam e  embora não morem em Bat-cavernas, velam sempre pelo seu sono,   no quarto ao lado.

6 comentários:

  1. E ainda tem gente que escolhe o "tiririca" pra nos representar na camara dos dePUTADOS, além de toda nossa falta de herói! Jô

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  2. É, Jo, por isso achei bem oportuno o filme estrear agora...Quem sabe o povo se liga que somos nós que colocamos nossos "heróis" no poder...
    Bjos

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  3. Lu
    NÃO ESTÁ DANDO PARA POSTAR, SÓ COMO ANONIMO.
    MAS ADOREI, COMO SEMPRE!
    GOSTARIA QUE TODOS OS PAIS DO MUNDO FOSSEM HERÓIS PARA SEUS FILHOS...
    PARA NOSSOS FILHOS SOMOS COMO ESPELHOS REFLETORES...CABE SOMENTE A NÓS
    CRIARMOS UMA NOVA GERAÇÃO DE HERÓIS OU VILÕES...
    BEJOSSSSSS
    DIANA

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  4. Di,
    Não sei o que está acontecendo com esse Blog, muita gente nao está conseguindo postar.
    Tenha paciência, já já tudo se resolve.
    É sempre assim na minha vida:
    As coisas sempre vão dando certo.
    E vamo que vamo, porque ser mãe é a melhor dádiva de uma mulher. Façamos por merecê-la!
    Beijosssss

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  5. Nossa, Lu! Aplaudi de pé agora! Concordo plenamente do começo ao fim...
    Creio que por se tratar de um filme de caráter político e contexto puramente social, deveria ter sido lançado antes das eleições, já que a obra é acalamada não só pelas cabeças pensantes, mas também pela massa. O povo precisa de reflexão, nem que seja na marra...
    Parabéns, querida! Ótima crítica!

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  6. Srta Lívia Komar aplaudindo e ainda por cima de pé o meu texto.
    Gente, assim eu vou ficar insuportável!!!
    Obrigada, queridíssima, por sempre passar por aqui e deixar o seu carinho.
    Esses dias descobri que tenho um mooooonte de amigos que são leitores fiéis de todos os meus textos e no entanto, nao me seguem e nem deixam coments.
    Olha que sacanagem!
    Rsrsrsrs,
    1348 Beijoooooos

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Sabia que somente pessoas especiais postam comentários aqui?